A Classificação Internacional de Doenças ou apenas CID é primordial para o trabalho e rotina dos profissionais que atuam na área da saúde. Os médicos e especialistas utilizam a tabela para determinar e classificar doenças, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Utilizada para estabelecer uma padronização universal epidemiológica, a CID auxilia na detecção de doenças, sinais, sintomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais.
Neste post explicamos o que é CID, sua história e importância para a classificação de doenças. Continue lendo, veja as mudanças na nova versão e os benefícios de utilizar o CID!
História e desenvolvimento do CID
Em uma ordem cronológica de maior destaque, a classificação internacional nasceu como Lista Internacional de Causas de Morte, em 1893. Em seguida, com as revisões, passou à responsabilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) já como CID em 1948.
Com alterações de três em três anos, uma nova publicação feita pela OMS trouxe o documento com a sigla CID-10. Em junho de 2018 a organização lançou a versão CID-11 que, após aprovações, passou a vigorar em janeiro de 2022 com cerca de 55 mil códigos únicos que descrevem lesões, doenças e causas de morte.
Sua utilização ocorre, sobretudo, em atestados médicos, com autorização expressa do paciente, devidamente salientada no documento. Uma determinação estabelecida na resolução 1658/2002 do CFM – Conselho Federal de Medicina.
No caso de guias médicas e procedimentos de reembolso, o CID não pode ser utilizado, conforme determinado na resolução nº 1.819 do CFM. Isso ocorre devido ao direito de sigilo da relação entre médicos e pacientes.
Já os convênios médicos não podem condicionar a especificação do CID para liberação do reembolso a profissionais, clínicas e consultórios. No entanto, algumas classificações são obrigatórias como no caso de doenças infecto-contagiosas e ferimentos por arma branca ou arma de fogo.
Estrutura e organização do CID
O papel do CID é oferecer codificação e linguagem comuns que permitam o registro, análise e interpretação de informações relacionadas à saúde. Para facilitar o compartilhamento de dados a nível mundial, a tabela é padronizada e dividida em diferentes categorias, capítulos e códigos.
CID-10
Até 2022, a CID-10 prevaleceu como oficial para classificação internacional de doenças, sendo descontinuada e substituída pela nova edição CID-11. Durante o período em vigor, a CID-10 serviu para padronizar a nomenclatura das doenças e enfermidades, possibilitando maior clareza na comunicação entre os profissionais da área médica.
A CID-10 era dividida em 22 capítulos, sendo que cada um deles agrupava doenças com características similares, cada uma, catalogada por categorias. Com nomenclatura determinada por uma letra e dois números, seguida de subcategorias, onde se acrescenta um número de 0 a 9.
- Capítulo I – doenças infecciosas e parasitárias
- Capítulo II – neoplasias
- Capítulo III – doenças do sangue
- Capítulo IV – doenças endócrinas
- Capítulo V – transtornos mentais e comportamentais
- Capítulo VI – sistema nervoso
- Capítulo VII – doenças dos olhos
- Capítulo VIII – doenças dos ouvidos
- Capítulo IX – sistema circulatório
- Capítulo X – sistema respiratório
- Capítulo XI – sistema digestivo
- Capítulo XII – doenças de pele
- Capítulo XIII – sistema osteomuscular e tecido conjuntivo
- Capítulo XIV – Doenças do aparelho geniturinário
- Capítulo XV – gravidez, parto e puerpério
- Capítulo XVI – afecções originadas no período perinatal
- Capítulo XVII – malformações congênitas e anomalias cromossômicas
- Capítulo XVIII – sintomas, sinais e exames
- Capítulo XIX – causas externas
- Capítulo XX – causas externas de morbidade e de mortalidade
- Capítulo XXI – motivos do atendimento
- Capítulo XXII – códigos especiais
CID-11
Em 2022 a CID-11 substitui a edição anterior, com destaque para a exclusão das letras I ou O no intuito de evitar equívocos no uso dos números 1 e 0. Traduzida em 43 diferentes línguas, a CID está presente em mais de 115 países.
Sua atualização prevê a implementação de 395 novos códigos de diagnóstico, eliminação de 25 e revisão de 13. O objetivo é garantir um processo mais eficiente e preciso de codificação médica, alinhado aos avanços e desenvolvimento da ciência médica.
A expansão dos códigos contempla as causas externas de morbidade, com abordagem detalhada de incidentes relacionados a lesões e corpos estranhos. A atualização também contribui na documentação de casos, sobretudo, pediátricos sobre as complicações decorrentes da passagem ou inserção de objetos estranhos por orifícios naturais.
Por fim, a nova edição, aborda condições com base em fatores sociais, capazes de influenciar o estado de saúde. A classificação abarca o cenário de desenvolvimento de doenças específicas como hipertensão resistente e acompanhamento do Mal de Parkinson, por exemplo.
Ainda como pontos importantes da atualização, destacamos:
- Transtorno do Espectro Autista (TEA) – unificação e organização das categorias para facilitar os diagnósticos;
- Transexualidade – remoção da categoria de doença mental e incluída em um capítulo específico para tratar questões de saúde sexual;
- Distúrbios de jogo – incluídos em uma nova CID dentro de comportamentos viciosos;
- Síndrome de Burnout – categorizada como doença do trabalho e não mais como doença mental;
- Resistência antimicrobiana – introdução de códigos específicos para mapear as ameaças à saúde pública global;
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) – simplificação da classificação, com redução de subcategorias para melhorar a precisão do diagnóstico;
- Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) – categorizado como transtorno distinto viabilizando a precisão do diagnóstico.
Principais códigos e grupos de doenças
Entre os códigos e grupos de doenças mais comuns e relevantes na prática médica, destacamos:
- CID A00 a B99 — Algumas doenças infecciosas e parasitárias
- CID C00 a D48 — Neoplasias (tumores)
- CID D50 a D89 — Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários
- CID E00 a E90 — Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas
- CID F00 a F99 — Transtornos mentais e comportamentais
- CID G00 a G99 — Doenças do sistema nervoso
- CID H00 a H59 — Doenças do olho e anexos
- CID H60 a H95 — Doenças do ouvido e da apófise mastóide
- CID I00 a I99 — Doenças do aparelho circulatório
- CID J00 a J99 — Doenças do aparelho respiratório
- CID K00 a K93 — Doenças do aparelho digestivo
- CID L00 a L99 — Doenças da pele e do tecido subcutâneo
- CID M00 a M99 — Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
- CID N00 a N99 — Doenças do aparelho geniturinário
- CID O00 a O99 — Gravidez, parto e puerpério
- CID P00 a P96 — Algumas afecções originadas no período perinatal
- CID Q00 a Q99 — Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas
- CID R00 a R99 — Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte
- CID S00 a T98 — Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas
- CID V01 a Y98 — Causas externas de morbidade e de mortalidade
- CID Z00 a Z99 — Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde
- CID U04 a U99 — Códigos para propósitos especiais
Importância do CID na saúde pública
A interpretação de diagnósticos por meio da descrição de CID viabiliza a definição de tratamentos e prescrição de medicamentos. O CID é também um suporte eficiente na concessão de auxílio-doença por parte de órgãos governamentais como a Previdência Social.
Para chegar à edição CID-11, foram necessários mais de 10 anos de desenvolvimento. O processo envolveu diversos profissionais da saúde, levando em consideração o surgimento de novas doenças, a fim de evitar o risco e a incidência de erros na atribuição do CID.
Com a inserção de dados sobre segurança na assistência à saúde para minimizar o efeito do trabalho inseguro em unidades de saúde, o papel do CID tem grande relevância no monitoramento de doenças e formulação de políticas de saúde pública.
Benefícios da utilização do CID
Mais do que benefícios, vale salientar a importância e utilidade da CID na saúde pública e privada:
- monitoramento da incidência e prevalência de doenças;
- causas de morte;
- causas externas de doenças;
- registro de doenças raras;
- configurações de cuidados primários;
- agrupamentos de diagnóstico;
- códigos para documentação completa de segurança do paciente, de acordo com a estrutura de segurança do paciente da OMS.
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A complexidade médica exige das clínicas e consultórios, o cuidado ético de cumprir as regras e protocolos, especialmente quando envolvem determinações de níveis globais e abrangentes.
Tanto a confiabilidade quanto a segurança de cuidados médicos, na percepção dos atuais e futuros pacientes, nascem desse processo de saber que serão atendidos de acordo com o previsto nas resoluções.
É nesse contexto que o marketing médico se torna essencial para divulgar não só os serviços, mas uma conduta adequada em relação ao uso do CID, por exemplo. Na Método 3a desenvolvemos um plano personalizado de estratégias focadas em aumentar a credibilidade e reputação da marca.
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